sábado, 28 de janeiro de 2012

Será que por aqui a primavera chegou mais tarde?



A nova onda de protesto que se espalha pelo Brasil, provocada é claro pela mobilização realizada pela nova mídia pode ou não ser reflexo daquilo que ficou conhecido como primavera árabe. Na verdade isso pouco me importa.

O cerne da discussão que eu quero levantar é sobre os efeitos da crise ética que o nosso país vive, a imprensa acusa o governo de corrupção, alguns setores ligados ao governo acusam a imprensa de manipular os fatos para atender a interesses escusos. Nem tanto nem tão pouco.

Não posso ser ingênuo ao ponto de afirmar categoricamente que não exista corrupção em setores que estão colocados no governo, “nossa maquina pública é gigantesca”. Não posso ser leviano (como muitos tem sido) em dizer “que a corrupção no Brasil surgiu no governo do Lula e vem se arrastando no governo da Dilma” isso também é mentira. Fato é que: ultimamente a imprensa de um modo geral tem dado um enfoque especial na discussão do tema. O que me amedronta é a baixa qualificação do debate.

Aqui mesmo em Guarapari, os protestos contra o aumento de salário dos vereadores (tenho participado) geram reações diversas. O movimento já afirmou ser auto-organizativo, mas algumas pessoas teimam em querer encontrar as lideranças, outras não participam dos espaços de discussão e querem deslegitimar quem participa.

Queria sinceramente saber expressão de que ou de quem é esse processo que está levando aquilo que chamamos de sociedade a este quadro extremo da doença moderna que é a apatia participativa, nós não estamos sabendo sequer participar. Chegamos ao cumulo de em alguns momentos não confiarmos nem em nós mesmo?

Como este blog é sobre mim, partindo do meu ponto de vista, posso falar do eu quero e do que eu acredito. Acredito no povo vencendo essa batalha, não contra o próprio povo, mas contra quem quer que desistamos contra quem quer ser sustentado por essa nossa falta de interesse e participação, que ver em processo legítimo acontecer uma revolução que balance as estruturas sociais como aí estão organizadas.

“Queria ver meu povo novamente nas praças, e se isso já houve que retorne a vida, a vida que se vive, deve ser a mesma que se sonha”

Lucas Francisco Neto

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